terça-feira, 6 de setembro de 2011

Estação Postal do Longonjo

            Longonjo era uma povoação comercial de 3.ª categoria, tendo passado a sede de Concelho com o mesmo nome por Portaria 12.925 de 7 de Outubro de 1963. Era servida pelo Caminho-de-Ferro de Benguela ao km 343.
            A vila do Longonjo estava situada em zona de planalto a cerca de 72 kms da cidade de Nova Lisboa. Chegou a ter 3 fábricas de cerâmica em plena laboração, mas a disseminação deste tipo de indústria veio provocar um encerramento progressivo destas unidades fabris. Porém a principal actividade girava à volta da compra de milho que atingia valores muito elevados. O elevado movimento comercial determinou que, junto à estação do Caminho-de-Ferro, a Junta dos Cereais construísse grandes silos que chegaram a movimentar cerca de 50.000 tons por ano.
            Por outro lado a Companhia Mineira do Lobito, assinalou na região importantes jazigos de manganês, tendo iniciado a sua exploração, porém acabou por a abandonar tendo em conta os elevados custos de exploração.
Figura 1
            Inicialmente a povoação do Longonjo começou por ser servida pela ambulância postal ferroviária do Caminho-de-Ferro de Benguela, para correspondências ordinárias. Em meados de 1911 a linha ferroviária atingiu esta localidade na construção do troço entre o Cuma e a cidade de Nova Lisboa, e pôde assim dispor daquele serviço. A partir de 1913 também usufruiu dos serviços permitidos pelo “Regulamento para a condução de cartas, estação a estação, pelos condutores de comboios (Fig1).
            A partir de 24 de Dezembro de 1932, pela Portaria 1.112, foi criada uma estação postal de 3.ª classe, desempenhando serviços de correspondência ordinária e registada. Para vales, encomendas e outros serviços acessórios era servida pela estação postal da Caála, depois denominada Robert Williams.
Carimbo ferroviário
            Com a abertura da estação postal não lhe foi atribuída marca de dia, sendo a correspondência obliterada com um carimbo numérico oval “150”, como marca de recurso (Fig.2). Não é conhecida nenhuma marca de dia, que lhe pudesse ter sido distribuída quando da introdução da nova tipologia de marcas em 1939. Apenas é conhecida uma marca de dia com a tipologia introduzida em 1947.
            Na figura 2 reproduzimos uma carta circulada do Longonjo para Benguela (05.02.48) com uma franquia de $50 correspondente ao primeiro porte do correio ordinário para cartas com o peso até 20g circuladas no interior da colónia. Carimbo numérico oval de recurso “150” batido a preto.



Bibliografia
·          Boletim Oficial de Angola
·          Dicionário Corográfico - Comercial de Angola – Antonito, 4.ª Edição – 1959
·          Índice Histórico-Corográfico de Angola, Mário Milheiros, 1972
·          Marcas Postais de Angola, Alexandre Guedes de Magalhães, 1986


2 comentários:

  1. Caro Elder, qual era a relação deste 150 com o de Lombe mostrado no tópico de 4 de Dezembro?
    São carimbos diferentes?

    Obrigado e mais uma vez os meus parabéns pelo blog!

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  2. Antes de mais agradeço a tua deferência sobre o meu blog. Quanto aos carimbos “150” do Longonjo e Lombe devo dizer que eles são diferentes, até porque eles co-existiram no tempo nas duas estações postais. Num futuro apontamento, e embora já tenha publicado um artigo sobre eles no Boletim do Clube Filatélico de Portugal, vou explicar a sua origem, pois a matéria é um pouco extensa e não é possível fazê-lo aqui neste espaço.

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